A catarata é a opacificação da lente do olho chamada cristalino, causada por um processo natural de envelhecimento do olho. Suas alterações iniciam-se por volta dos 50 anos, porém após os 60 anos que os sintomas ficam mais evidentes.
Catarata está no grupo de doenças que mais cegam no mundo, junto com glaucoma e a doença macular relacionada a idade. O detalhe importante é que a cegueira causada pela catarata é reversível após o tratamento com cirurgia.
Geralmente, acomete os dois olhos, porém de forma assimétrica, ou seja, um olho normalmente está pior que o outro. Os sintomas inicias são diminuição da acuidade visual (visão embaçada) diminuição da sensibilidade ao contraste (objetos deixam de ter cores mais vivas e ficam menos evidentes), visão de halos em volta de luzes. Esses sintomas podem afetar atividades rotineiras como leitura, reconhecer rostos, assim como dirigir ou praticar esportes.
– Visão embaçada
– Diminuição da visão de cores e contraste
– Presença de halos luminosos
– Mudança frequente do grau dos óculos
– Dificuldade de ver objetos distantes ou próximos
– Perda da nitidez da visão
A principal causa de catarata é a idade avançada, porém fatores como fumo, diabetes, alcoolismo, exposição solar, uso de medicações como por exemplo corticóide, todos podem acentuar ou desenvolver catarata. Lembrando que a catarata não é algo exclusivo da idade avançada, existem casos em crianças, adolescentes e até recém-nascidos.
Deve ser tratada quando estiver causando sintomas que diminuam a qualidade de vida do paciente. O tratamento da catarata é sempre cirurgia. Atualmente, com a vida moderna e dinâmica em que paciente idosos praticam esportes, dirigem e usam smartphones, os pacientes estão se tratando cada vez mais cedo.
A cirurgia de catarata é uma cirurgia moderna, rápida, porém delicada e qualquer erro pode trazer problemas. Dura em média entre 5 e 20 minutos. Não necessita de anestesia geral, atualmente a anestesia é tópica, e também o paciente não necessita ficar internado. No ato cirúrgico, substituímos a catarata por uma lente artificial, restaurando assim a visão.
O objetivo principal da cirurgia é restaurar a visão do paciente, não é objetivo principal da cirurgia retirar os óculos do paciente. No entanto, sabemos que usando tecnologias de ponta e escolhendo as lentes intraoculares de forma correta, os pacientes, na maioria das vezes, ficam independentes dos óculos para suas atividades diárias.
Os preços são muito variados a depender da região, porém pode variar de 2 mil até 20 mil reais.
Caso você tenha algum desses sintomas ou esteja dentro de um desses grupos de risco, é ideal que procure o atendimento médico de sua confiança, pessoas nessa baixa etária podem ter outros problemas mais graves que a catarata, ou seja, é melhor que seja apenas catarata, que é algo de resolução mais fácil que outras doenças como glaucoma ou retinopatia diabética.
A cirurgia mais moderna atualmente é a facoemulsificação, chamada de Faco entre os médicos. É um procedimento que dura entre 5 a 20 minutos, e que em mãos experientes é um procedimento muito seguro com baixo risco. No procedimento a uma substituição da lente natural “cristalino envelhecido” por uma lente artificial, tentando melhorar a visão bem como “zerar o grau” do paciente. Geralmente o procedimento com anestesia tópica e uma leve sedação do paciente, o que facilita a recuperação e diminui os riscos de anestesias mais invasivas. Após alguns minutos ou horas do procedimento, no mesmo dia, o paciente é liberada para casa. Em casa, o paciente deve ficar em respouso e atento a administração correta dos colírios pos operatórios.
– Escolher um oftalmologista com experiência na cirurgia.
– Exames modernos no cálculo da lente intraocular (eu faço pelo menos dois exames de biometrias em aparelhos diferentes para ter certeza da lente)
– Escolher lentes intraoculares de qualidade alta, investir na cirurgia, uma vez que os planos de saúde normalmente não cobrem as melhores lentes.
– Seguir as recomendações do cirurgião antes da cirurgia e após a cirurgia.
Sim, a cirurgia de catarata pode curar esses problemas oculares, como miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Tudo depende da programação, e cálculo da lente intraocular (LIO) correta, bem como a posição da LIO. Porém essa cura não pode ser garantida pelo médico, não se pode garantir que o grau vai zerar, pois existem alguns fatores na cicatrização que são mais imprevisíveis. Falando de uma maneira geral, em uma cirurgia bem-feita e bem programada, os pacientes ficam satisfeitos com graus mínimos ou inexistentes.
Não, podemos operar qualquer idade, tudo vai depender se as condições de saúde do paciente permitem, por isso são realizados exames pré-operatórios e o risco cirúrgico dos pacientes.
Sim, inúmeros fatores podem levar a um retoque da cirurgia. Ajustes na lente intraocular é o principal motivo para se refazer uma cirurgia de catarata.
Sim, incômodos como dor suportável, ardência, sensibilidade a luz pode ser normal após a cirurgia. Temos que lembrar que existe uma mudança da estrutura do olho com a cirurgia e isso pode provocar incômodos – destaco que todos eles são suportáveis. Caso a dor se torne insuportável, a sensibilidade a luz aumente de forma mais intensa, é ideal que retorne ao seu cirurgião para avaliação mais detalhada.
A anestesia moderna chama tópica, com uso apenas de gel e colírios. Porém existem anestesias como bloqueio – uma injeção perto do olho – ou até anestesia geral em casos mais desafiadores. A anestesia deve ser bem-feita, a cirurgia deve ser indolor. Em caso de anestesia malfeita, o paciente pode não colaborar com a cirurgia, trazendo dificuldades e riscos ao procedimento.
Sim, os pacientes com diabetes não só podem como devem fazer cirurgia de catarata, porém as taxas de glicose (glicemia) devem estar equilibradas e compensadas para evitar complicações durante a cirurgia ou até depois no processo de cicatrização. Lembrar que a diabetes é um fator de risco para o desenvolvimento da catarata.
Uma característica dos pacientes diabéticos é a dificuldade em dilatar a pupila, isso pode ser um fator complicador durante a cirurgia, por isso recomendo buscar cirurgiões de referência. Outra particularidade é a cicatrização deficiente desses pacientes, por isso os pacientes devem seguir com rigor as recomendações dos seus médicos.
Sim, todo procedimento cirúrgico tem seus riscos, e cirurgia de catarata não é diferente. Existem riscos de até piorar da visão de forma permanente. Porém, a cirurgia de catarata é um dos procedimentos mais realizados no mundo, logo posso dizer, que é uma cirurgia muito segura. Todos os riscos podem ser diminuídos ao mínimo possível quando o paciente escolhe bem seu médico e, após a cirurgia, seguir as recomendações pós-operatórias com rigor.
Sim, pode tomar qualquer anti-inflamatório não hormonal. Em alguns casos, pode até ser indicado pelo médico no próprio pós-operatório. Mas sempre consulte seu Oftalmologista.
Catarata é a causa mais frequente de cegueira reversível do mundo, então os pacientes que “cegaram por catarata” devem, sim, fazer cirurgia. No entanto, isso tudo deve ser muito bem conversado com seu médico, visto que em algumas situações a “cegueira” não foi causada pela catarata, então a cirurgia não será indicada.
A resposta para essa pergunta é o bom-senso. Beber em pouca quantidade, por exemplo, uma ou duas taças de vinho, não interfere nos resultados da cirurgia. Entretanto, a ingestão excessiva de bebida alcoólica pode ser maléfica a todos os aspectos da saúde do indivíduo, inclusive aos olhos, bem como a cicatrização pós-cirúrgica.
Não há restrições alimentares após a cirurgia de catarata, o paciente deve manter sua dieta habitual. Ideal que se faça uma alimentação leve sem excessos.
Caso o paciente não tenha alergia prévia a crustáceos ou camarão, ele pode comer no outro dia se quiser. Repito: Não há restrição alimentar após a cirurgia de catarata!
O paciente deve ler apenas quando se sentir confortável, não existe a orientação de não ler após a cirurgia. O paciente pode ler no dia seguinte, se conseguir.
O que pode acontecer é que a leitura pode ser difícil, visto que, nos dias logo após a cirurgia sua visão pode estar embaçada. Outra informação é que visão nítida para perto, o que daria ao paciente a capacidade de ler, é dada apenas por lentes intraoculares especiais chamadas de multifocais.
Em cirurgias que não foram escolhidas essas lentes, a leitura só será possível após o uso dos óculos ou lupa.
Não existe a recomendação de não assistir televisão após a cirurgia, o paciente pode assistir quando quiser, a menos que se sinta confortável para isso. Explico que nos dias seguintes após a cirurgia a visão muda e o grau também muda, então, o paciente pode assistir TV com o óculos antigos ou até sem óculos, devendo fazer o que achar mais confortável.
Eu recomendo 20 dias sem relações sexuais após a cirurgia de catarata. Na realidade, o que o paciente não deve fazer após a cirurgia são esforços físicos ou movimentos bruscos com a cabeça. Alguns exemplos: como levantar uma criança, empurrar um móvel dentro de casa, baixar a cabeça de forma abrupta, e a atividade sexual após a cirurgia de catarata se configura uma atividade com esforço físico e movimentos que podem ser bruscos. O motivo para essa recomendação é manter a lente intraocular no lugar certo e ajuda a cicatrização da cirurgia.