A toxoplasmose ocular é a infecção ocular causada pelo toxoplasma gondi. O toxoplasma é um parasita que pode ser adquirido por contato com água ou alimentos (carnes, frutas, vegetais) contaminados ou contato direto com gato, chamada de toxoplasmose adquirida. Outra forma de transmissão, menos frequente, é através da gravidez, toxoplasmose congênita.
A toxoplasmose congênita é transmitida pelas mães contaminadas aos seus bebês. É uma doença menos frequente que a toxoplasmose adquirida. O diagnóstico e tratamento da mãe são feitos durante o pré-natal através de exames sorológicos. O tratamento delas visa curar a doença e evitar que passem a infecção aos filhos. As crianças podem apresentar lesões oculares bilaterais e/ou lesões cerebrais, quadro geralmente grave com grande comprometimento da visão dos recém nascidos.
Toxoplasmose adquirida é muito comum, caracterizada por febre, falta de apetite, dores de cabeças, linfonodos aumentados. E em muitos casos não há comprometimento ocular. No entanto, alguns pacientes desenvolvem a doença ocular, caracterizada por inflamação e lesões na retina. Não existe uma justificativa específica porque a doença pode chegar ao olho, supõe-se que sejam predisposições e estados imunológicos comprometidos os fatores.
Na doença ocular, ocorre uma diminuição da acuidade visual, paciente relata visão embaçada, causada por uma uveíte, geralmente sem dor. Muitas vezes, o paciente não consegue contar quantos dedos tem na própria mão. Durante o exame, o oftalmologista detecta a doença em seu exame, podendo associar a exames de sangue e uma ultrassonografia do olho.
O tratamento é feito com colírios em conjunto com antibióticos orais como Bactrim® por alguns meses, com retorno frequente ao médico.
A resposta é sim. Porém, vai depender da região da retina que o toxoplasma comprometer. Se o comprometimento for na área central do olho, chamada de mácula, muito provavelmente ocorrerá alguma grau de perda visual, podendo levar a cegueira. Caso haja o acometimento de outras áreas da retina, muito provavelmente não ocorrerá perda visual.
Dr. Pedro Paulo Cabral – Oftalmologista