Cirurgias refrativas são procedimentos, a maioria deles com uso de laser, realizados para reduzir ou eliminar a necessidade dos óculos ou lentes de contato. Ela atua na correção dos distúrbios visuais: (explicados de forma simplificados).
São cirurgias rápidas, modernas e seguras, atualmente considerado, dentre os procedimentos eletivos, um dos mais comuns do mundo.
A maioria das cirurgias duram cerca de 30 minutos, incluindo a preparação do paciente. Já o procedimento em si, dura cerca de 5 minutos.
Cirurgia indolor, não necessitando de internação. O paciente vai embora no mesmo dia para casa e fica usando colírios no período pós-operatório.
A cirurgia atua mudando a forma da superfície da córnea, em termos microscópicos com uso de um laser, Excimer laser, resultando em uma formação da imagem no ponto focal o mais exato possível na retina.
Atualmente, há dois tipos de cirurgias refrativas mais realizados no Brasil. Um chamado PRK (Photorefractive Keratectomy) e outro chamado LASIK (Laser-assisted in situ Keratomileusis).
Todos pacientes que desejam ficar independente dos seus óculos e possuam olhos sadios. Para saber com exatidão, faz-se necessário uma consulta médica pra calcular o grau, entender o que o paciente quer e o que a cirurgia vai oferecer a ele e equalizar essa equação. Deve-se ter medidas exatas da córnea, pois serão esses parâmetros a serem corrigidos, tais medidas são dadas por um exame chamado tomografia de córnea (Pentacam ou Galilei os mais comuns).
A anestesia é tópica, ou seja, feita com gotas de um colírio, não é necessário nada injetável para anestesiar. A cirurgia é indolor e confortável.
É comum uma leve sensação de areia nos olhos após a cirurgia, bem como algum desconforto plenamente tolerável.
Ela está presente na prática das clínicas de oftalmologia há quase três décadas. Com a chegada do Excimer Laser e melhoramento dos exames de diagnóstico da atualidade, por exemplo tomografias de córnea, estes procedimentos se tornaram cada vez mais seguro e confiável.
Aproximadamente 1 milhão de americanos são operados de cirurgia refrativa por ano. Esse número em 2010 era de 800 mil cirurgias ano, número que vem aumentando a cada ano de acordo com a academia americana de oftalmologia.
Qualquer procedimento na medicina é acompanhado de risco. A cirurgia refrativa não é diferente. Apesar de ser algo muito seguro, existe risco de infecções e outras complicações. Eu costumo dizer a meus pacientes, que é como andar de avião ou dirigir um carro, sabemos que existem riscos, eles são raros e mesmo assim viajamos e dirigimos.
O paciente chega na hora marcada no hospital, idealmente com seu acompanhante, identifica-se na recepção geral. Ele é levado ao setor das cirurgias a laser. Em seguida, troca de roupa e guarda seus pertences pessoais. Veste a roupa específica do bloco cirúrgico. No período prévio a cirurgia, são usados alguns colírios para preparo adequado.
Para a cirurgia, o paciente deita em uma “cama cirúrgica” do laser, e sob a orientação do seu médico posiciona a cabeça e direciona o olha pra região correta do equipamento. Geralmente na sala de cirurgias, também estão presentes mais duas ou três pessoas como auxiliares. Em seguida todos os protocolos são checados, para o laser ser acionado. O laser é acionado, o tratamento em si do laser dura poucos segundos no caso do PRK, e no caso do LASIK dura um pouco mais, pois neste é feito em duas etapas. Após o fim do procedimento, o paciente se levanta da “maca” e é encaminhado para sala pós-operatória – nela será dado as orientações finais, receita de medicamentos e alguma outra orientação necessária. Por fim, liberado para ir para casa ficar de repouso.
Sim, pode. Podemos fazer um retratamento após 3 a 6 meses da primeira cirurgia, em casos raros em que o objetivo inicial da cirurgia não foi atingido. Isso vai depender de outros fatores, como cicatrização do paciente ou um pós-operatório não realizado da forma correta, ou ainda, qualquer outro problema.
O grau pode voltar em uma média de 0,25 a cada 5 anos, isso é chamado de regressão do tratamento. Por exemplo, o paciente tratou 5 graus de miopia, passado-se 10 anos, será esperado que ele tenha 0,5 grau de miopia. Essa taxa de regressão é uma média geral, isso pode variar de paciente pra paciente. Porém, normalmente a regressão nunca chega nem perto do grau inicial.
Sim, existe. Todo procedimento realizado no olho lidamos com esse risco. No entanto, é algo raríssimo, uma vez que existe muita coisa pra se fazer antes que isso aconteça. Por isso, sempre aconselho procurar médicos com experiência na cirurgia.
O glaucoma não é considerado uma contraindicação absoluta a cirurgia refrativa. O glaucoma deve estar controlado, e o paciente deve ser liberado pelo glaucomatólogo (oftalmologista especialista em glaucoma) para a realização da cirurgia.
Esse cuidado deve ser respeitado, porque a cirurgia refrativa altera a espessura da córnea, este dado é importante para a avaliação do tratamento do glaucoma. Na prática, pacientes jovens com glaucoma pertencem a três categorias: uns são erros diagnósticos (estes podem operar, já que eles não tem glaucoma), uns são portadores de glaucoma pigmentar (estes quando bem tratados do glaucoma podem fazer a refrativa) e outros são portadores de glaucoma juvenil (doença grave e estes sim NÃO podem fazer cirurgia refrativa).
É sempre muito difícil falar em preço, visto que pode variar muito por regiões, clínicas e entre os cirurgiões. Uma cotação a título informativo pode variar entre 5 e 20 mil reais os dois olhos. Valores mais caros geralmente acompanham cirurgiões mais experientes.
Os planos de saúde cobrem geralmente acima de 5 graus. Entretanto, isso é uma informação mais geral, pois cada plano tem certas especificações, sendo necessário por parte do paciente ver as especificações dos seus planos.
Não podemos operar salvo raríssimas exceções:
Mais uma vez, esclarecendo: pacientes com alguma dessas características acima não devem realizar a cirurgia de correção a laser dos seus graus.
PRK é o procedimento refrativo que mais vem crescendo no mundo, também chamada de ablação de superfície. Ele consiste em remover o epitélio da córnea (camada superficial do olho) de forma mecânica, por exemplo com uma espátula especializada ou auxílio de álcool, e após essa remoção, faz-se o laser na parte mais interna do olho, corrigindo o grau. Esse método vem crescendo por ser uma técnica mais fácil de ser realizada e no geral de menor custo.
O LASIK é a técnica refrativa que se faz um corte no olho, pra confecção de um Flap (ou com lâmina ou com o próprio laser). Em seguida, aplica-se o laser na parte interna do olho corrigindo assim o grau. É o procedimento refrativo mais realizado no mundo devido a ter recuperação visual mais rápida e um pós-operatório mais confortável.
Os resultados finais das duas técnicas são semelhantes, não existindo diferença no resultado final.
Nos dois procedimentos, o paciente deve parar de usar lente de contato gelatinosa por 2 semanas, e a lente de contato rígida por 3 semanas. Após as cirurgias os pacientes passarão a usar colírios no período de 2 a 3 meses, sendo mais intenso no primeiro mês. Satisfação dos pacientes e resultados finais são os mesmos.
No geral eles têm indicações e resultados muito similares e possuem algumas diferenças. Os pacientes submetidos a PRK têm que ter mais paciência do que os pacientes que fazem LASIK, já que a visão se recupera mais devagar no PRK.
No LASIK, o paciente volta mais rapidamente a sua vida normal. Outra diferença importante é que o LASIK, quando realizado todo com laser, tende a ser um procedimento mais caro que o PRK.
Existe também a diferença na técnica em si, pois no PRK a córnea não é cortada e no LASIK sim, “este corte deixa a recuperação mais rápida” do LASIK.
Um detalhe importante das diferenças é que o paciente que fez o PRK deve proteger seus olhos do sol com óculos escuros por 3 a 6 meses após a cirurgia para prevenir uma complicação chamada Haze, usando óculos escuros sempre que se expor à radiação solar.
Por outro lado, pacientes submetidos a LASIK não devem realizar atividades esportivas com risco de impacto no olho, uma vez que isso pode provocar deslocamento do Flap (necessitando de uma nova cirurgia para reposicionamento).
Indicações muito similares. Porém, em córneas mais finas tende-se a fazer PRK. O LASIK tende a ser indicado pros demais casos. A Indicação são para pacientes que querem se ver independentes dos óculos. No geral, ponto de corte de -1,0 para indicar essas cirurgias, porém o bom senso deve sempre se sobrepor a qualquer outro interesse tanto do paciente como dos médicos.
Veja também nosso artigo sobre Vantagens da cirurgia refrativa com laser de Femto Segundo.
O objetivo é muito claro – diminuir a dependência dos óculos dos pacientes que os usam.
O objetivo não é zerar o grau, é diminuir ao grau ao máximo, para que os pacientes não precisem dos óculos. O zerar o grau é consequência, e em muitos casos acontece. Em muitos casos pode ficar um “grauzinho” residual desprezível.
Essa é uma pergunta muito realizada entre as pessoas que usam óculos. Eu posso fazer cirurgia para não usar mais os óculos?. A reposta para esses questionamentos depende de alguns fatores e vamos detalhar cada um deles.
Precisamos de uma consulta oftalmológica, e nela será feito um exame completo com o cálculo do grau e avalição detalhada do olho do paciente. Normalmente, pacientes com graus menores de 12 de miopia, menores de 5 de hipermetropia ou menores que 6 de astigmatismo, podem fazer a cirurgia, porém temos que excluir a presença de uma doença chamada ceratocone. Pacientes que possuem esse problema não podem fazer essa cirurgia.
O grau mínimo para realizar essa cirurgia não existe, deve ser o grau que incomode o paciente, eu uso ponto de corte de 1 grau (1D) para essa cirurgia, pois julgo que graus menores que 1 são bem tolerados pelos pacientes, mesmo sem usar óculos.
Outros fatores que influenciam a realização da cirurgia são as espessuras e as curvaturas da córnea dos pacientes. Com isso, temos que fazer um estudo de todas as medidas do olho, e assim solicitamos exames de tomografia de córnea, os melhores exames para essa avaliação são o Pentacam e o Galilei. Lembro que essa cirurgia precisamos ser bem preciso, e esses dois aparelhos trazem muita precisão em seus dados para a programação da cirurgia.
Pondero que durante a cirurgia, os lasers consomem os tecidos oculares, mudando assim, as curvaturas do olho e a espessura da córnea, logo, precisamos desses dados com exatidão. Um bom pré-operatório de cirurgia refrativa, temos que calcular o que vai acontecer após o uso do laser, deixando assim uma boa margem de segurança na córnea do paciente.
Após todo o estudo da refração do paciente (análise do grau e de todo o olho) associado a bons exames para os cálculos de espessura e curvatura da córnea podemos programar de forma segura a cirurgia. A imensa maioria das pessoas que usam óculos podem se submeter a cirurgia a laser, a certeza dessa informação só conseguiremos com uma boa consulta com oftalmologista e após a análise da tomografia de córnea.
O paciente não sente dor na cirurgia refrativa. Antes e durante o procedimento são usados colírios anestésicos, tornando o procedimento indolor. O procedimento em si com laser é muito rápido em torno de 10 a 30 segundos e cada olho.
Não se usa anestesia geral, anestesista, agulhas ou qualquer tipo de medicação injetável em casos rotineiros de cirurgia refrativa.
Não, o grau não volta após a cirurgia refrativa. No entanto, existe uma taxa de evolução natural do grau, ou seja, com o passar dos anos, após 10 anos de cirurgia, por exemplo, é esperado que o grau tenha aumentado entre 0.25 a 0.75 do grau após a cirurgia. Então não se deixa de operar por causa disso, visto que essas taxas de evolução natural do grau são muito pequenas, frente aos benefícios vindos da cirurgia. Lembrar também, que alguns graus como hipermetropias essa taxa de evolução natural do grau pode ser um pouco maior que outros graus como a miopia, por exemplo.
Resposta categórica – NÃO! Após a cirurgia o paciente é liberado, para sua casa com todas orientações para esse período. Dependendo da técnica após 1 ou 2 dias de descanso o paciente já pode voltar a trabalhar.
Esse é um grande mito da cirurgia refrativa. A cirurgia refrativa tem um excelente custo benefício – é considerada muito barata! Basta comparar quanto (R$) os pacientes gastam os óculos (armações e também lentes) ao longo dos anos, tanto óculos de grau transparente quanto óculos escuros trocando as lentes originais por lentes com seus graus específicos. Sem falar no custo com as lentes de contato, solução de limpeza e armazenamento e o inestimável tempo perdido para pôr as lentes ou higienização dos óculos.
Após a pandemia do covid-19 o uso de máscaras e óculos, deixou o uso dos óculos cada vez mais desagradável, devido à embaçar as lentes com a própria respiração do paciente. Quando o paciente está em dúvida se faz ou não a cirurgia, sempre falo a mesma coisa “converse com pessoas que já fizeram a cirurgia. A resposta deles será: Eu me arrependo de não ter feito antes essa cirurgia a laser. Após essas conversas, os próprios pacientes se convencem que a cirurgia refrativa a laser é muito barata.
Dr. Pedro Paulo Cabral – Oftalmologista